terça-feira, 1 de março de 2011

Marte (Mês de Março)


Nome latino de Ares, deus da guerra.
            Uma das doze divindades do Olimpo. Filho de Júpiter e Juno. De caráter brutal, amante da luta e semeador de desentendimentos entre os deuses e os mortais, Marte era desprezado pelos próprios olímpicos.
            Originado da Trácia, cujo povo era considerado pelos gregos como bárbaro, rude e inculto, jamais foi bem aceito pela sociedade helênica. Em suas batalhas, os gregos preferiam invocar Minerva, deusa inspiradora de atos heróicos, executados com inteligência e astúcia. Enquanto as outras divindades participavam das lutas, protegendo um lado ou outro e salvaguardando a vida de seus heróis favoritos, Marte golpeava ao acaso, personificava a carnificina, o assassinato sem sentido, a violência gratuita. Revestido de couraça e capacete e armado de escudo, lança e espada, acompanhava-se de Deimos (o Medo) e Fobos (o Terror), seus filhos.
            Na guerra de Tróia, lutou ao lado de Heitor. Defrontando-se com Minerva, que defendia o campo inimigo, insultou-a e arremessou sua espada contra a égide da deusa. Esta afastou-se, apanhou uma pedra e lançou-a contra Marte, atingindo-o no pescoço. O deus caiu e suas armas espalharam-se no campo de batalha.
            Em oposição a sociedade grega que rejeitou Marte, os romanos tornaram-no a mais importante de suas divindades. Consideram-no pai de Rômulo e Remo. Primitivamente, cultuavam-no como o deus das tempestades. Invocavam-no para impedir que seus efeitos maléficos – chuvas fortes, granizo, neve – destruíssem as plantações. Marte era, pois, uma divindade essencialmente agrícola. Mais tarde provavelmente identificando a idéia de força instintiva, contida na tempestade, com a violência das batalhas, os romanos transformaram-no num deus guerreiro. Essa evolução coincide com a própria evolução da história romana. Assim como a divindade passou de agrícola a guerreira, o cidadão de Roma passou de camponês a soldado. Os romanos fizeram de Marte o protetor de suas lutas e conquistas.
            Marte não teve muito sucesso em seus amores. Perseguia deusas, ninfas e mortais, e, quando estas o rejeitavam, violentava-as brutalmente. De modo geral, os filhos de Marte eram homem violentos, que atacavam os viajantes e praticavam atos de crueldade.
            Os animais consagrados a Marte eram o cão e o abutre. Inicialmente ele era representado como um guerreiro barbudo, de capacete de alto penacho e revestido de pesada armadura. Mais tarde, figuram-no sob a forma de um jovem seminu, cujos únicos atributos de guerra eram o capacete e a lança.


Dicionário de Mitologia Greco-Romana
Editora Abril Cultural
-1973-

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