quarta-feira, 24 de novembro de 2010

“Outras Partes”


                                          
                                               “...Somos eternos, porque somos manifestações de Deus. Por isso passamos por muitas vidas e por muitas mortes, saindo de um ponto que ninguém sabe, e nos dirigindo a outro ponto que tampouco sabemos.”
(...)
                                               “...Quando as pessoas pensam em reencarnação, elas sempre se defrontam com uma pergunta muito difícil: se no começo existiam tão poucos seres humanos sobre a face da Terra, e hoje existem tantos, de onde vieram essas novas almas?
                                               (...)Em certas reencarnações, nós nos dividimos. Assim como os cristais e as estrelas, assim como as células e as plantas, também nossas almas se dividem.
                                               A nossa alma se transforma em duas, estas novas almas se transformam em outras duas, e assim, em algumas gerações, estamos espalhados por boa parte da Terra.
                                               (...)Fazemos parte do que os alquimistas chamam de Anima Mundi, a Alma Mundi, a Alma do Mundo.
                                               Na verdade, se a Anima Mundi fosse apenas se dividir, ela estaria crescendo, mas também ficando cada vez mais fraca. Por isso, assim como nos dividimos, também nos reencontramos. E este reencontro chama-se Amor. Porque quando uma alma se divide, ela sempre se divide numa parte masculina e numa parte feminina.
                                               (...)Em cada vida temos uma misteriosamente obrigação de reencontrar pelo menos uma dessas Outras Partes. O Amor Maior, que as separou, fica contente com o Amor que as torna a unir.”

‘Podemos encontrar mais de uma Outra Parte em cada vida?’

                                               “Sim. E quando isso acontece, o coração fica dividido e o resultado é dor e sofrimento.
                                               Sim, podemos encontrar três ou quatro Outras Partes, porque somos muitos, e estamos muito espalhados.
                                               A essência da Criação é uma só. E esta essência chama-se Amor. O Amor é a força que nos reúne de volta, para condensar a experiência espalhada em muitas vidas, em muitos lugares do mundo.
                                               Somos responsáveis pela Terra inteira, porque não sabemos onde estão as Outras Partes que fomos desde o início dos tempos; se elas estiverem bem, também seremos felizes. Se estiverem mal, sofremos, ainda que inconscientemente, uma parcela dessa dor. Mas, sobretudo, somos responsáveis por reunir de volta, pelo menos uma vez em cada encarnação, a Outra Parte que com certeza irá cruzar o nosso caminho. Mesmo que seja por instantes, apenas; porque esses instantes trazem um Amor tão intenso que justifica o resto de nossos dias.
                                             Também podemos deixar que nossa Outra Parte siga adiante, sem aceitá-la, ou sequer percebê-la. Então precisaremos de mais uma encarnação para nos encontrar com ela.
                                               E por causa do nosso egoísmo, seremos condenados ao pior suplício que inventamos para nós mesmo: a solidão."


Trechos retirados do livro Brida de Paulo Coelho.

2 comentários:

  1. Eu já encontrei um das minhas "outras partes"...E esse um que há de ser minha outra parte dessa encarnação...




    Pedro Szigethy

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  2. É difícil sabermos quem nesse mundo é uma dessas "outras partes"...Porém, depois de uma certa vivência a gente começa a prestar atenção nos "detalhes"...
    Te digo que também já encontrei uma das minhas...

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