quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Quem Foi A Verdadeira Alice do País das Maravilhas?


O que você faria se sua filha de 7 anos estivesse muito amiga de um esquisitão de 31, fazendo com eles demorados passeios de canoa e posando para seus retratos artísticos? Em vez de chamar a polícia – como qualquer família normal – a de Alice Pleasance Liddell incentivou seu relacionamento com Charles Dodgson, um escritor que assinava como Lewis Carrol. E a menina acabou sendo a musa inspiradora dos clássicos Alice no País das Maravilhas(1865) e Através do Espelho(1871) – este inclusive termina com um poema em que as primeiras letras de cada estrofe formam o nome da menina.
   Até hoje não é claro o que exatamente estava rolando entre a menina e o escritor. Especula-se, e ninguém poderia deixar de especular, que havia uma paixão, consumada ou não. Sempre se acreditou que, quando ele deixou de freqüentar a casa dos Lidell subitamente, em 1863, foi porque os pais de Alice haviam resolvido dar um basta naquele relacionamento inapropriado. Mas documentos descobertos pela biógrafa Karoline Leach mostram que Carroll talvez fosse tão simpático com Alice e suas irmãs  porque estava interessado mesmo era na governanta da casa.
   Já adulta, Alice soube usar bem a fama da personagem ao seu favor. Mãe de 3 filhos e apertada de grana após a morte do marido rico, leiloou o valioso manuscrito de As Aventuras de Alice Embaixo da Terra (primeiro nome de Alice no País das Maravilhas). Ela já não mantinha contato com Lewis Carroll. O escritor anotou em seu diário que se lembraria dela pra sempre “como aquela menininha de 7 anos completamente fascinante”.

Texto: Anna de Oliveira
Superinteressante
Edição 279 – Junho/2010

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